1. Início e formação (1913–1922)
Vilhelm Henry Lundstrøm nasceu em 1893, em Copenhague, e frequentou a Academia Real de Arte, onde estudou com Rostrup Böyesen. Estreou em 1918 com colagens no Artists' Autumn Exhibition, introduzindo o Cubismo francês na cena artística dinamarquesa.
Esse período é marcado por trabalhos quase abstratos — muitos críticos reagiram polidamente à ousadia. Foi uma fase de ruptura, na qual buscou "simplicidade e ordem pictórica", uma arte quase impessoal.
2. Anos franceses e desenvolvimento do estilo (1923–1932)
Mudou-se com Karl Larsen, Axel Salto e Svend Johansen para o sul da França (Bormes e Cagnes-sur-Mer). Ali, absorveu influências de Picasso, Braque e Cézanne.
Esse contato resultou em sua fase purista: obras com figuras femininas e naturezas-mortas geométricas, baseadas em formas limpas e cores restritas — o que viria a ser sua assinatura.
3. Consolidando o modernismo dinamarquês (1932–1940)
De volta a Copenhague em 1932, Lundstrøm aprimorou sua linguagem visual: composições equilibradas, cores brilhantes e simplicidade clássica. Ele expôs com frequência, lecionou e tornou-se membro do conselho da Academia Real em 1937, sido professor em 1944.
Desta fase vêm obras marcantes: Opstilling med kander (natureza-morta com jarros), com formatos claros e origem cubista reduzida, e pinturas de modelos femininas sentadas, apresentando elegância minimalista.
4. Últimos anos e maturidade (1940–1950)
Na década de 1940, seu modernismo tornou-se mais solto e expressivo — mantendo o equilíbrio, mas com pinceladas mais espontâneas e camadas sutis de cor.
Até sua morte em 1950, Lundstrøm foi figura-chave da modernidade dinamarquesa, tendo influenciado nomes como Finn Juhl e Poul Henningsen — expoentes do design minimalista.
Integração artística (Cubismo, retratos e natureza-morta)
-
Cubismo na Dinamarca: Introduziu a estética cubista em 1918, com colagens influenciadas por Picasso e Braque.
-
Retratos: Pintou figuras como Emil Bønnelycke e sua esposa Hanne, reduzindo traços sem perder presença emocional.
-
Naturezas-mortas: Jarros, frutas e livros ganharam destaque em tela, usando paletas equilibradas e formas icônicas — especialmente nos anos 30.
Relações com outros artistas
Em sua estada na França, Lundstrøm estabeleceu contato com Picasso, Cézanne e Braque — artistas fundamentais que moldaram seu olhar geometricamente moderno.
De volta à Dinamarca, ele conviveu com Karl Larsen, Axel Salto e Svend Johansen no grupo De Fire, formando um núcleo moderno influente.
Tabela cronológica simplificada
Período | Locais/Influências | Estilo e Temas |
---|---|---|
1913–1922 | Academia Real (Copenhague) | Colagens cubistas, arte impessoal |
1923–1932 | França (Bormes, Cagnes-sur-Mer) | Purismo, influências de Picasso e Cézanne |
1932–1940 | Retorno a Copenhague | Naturezas-mortas, modelos femininas |
1940–1950 | Copenhague (professor) | Estilo mais livre, variações cromáticas |
Conclusão
Vilhelm Lundstrøm é figura central na arte moderna da Dinamarca. Sua trajetória revela:
-
Pioneirismo: ao levar o cubismo para a Dinamarca, abriu caminho para renovação estética.
-
Clareza: seu uso de formas geométricas e paleta restrita marcou épocas.
-
Evolução: passou do purismo rígido para uma modernidade mais fluida e colorida.
Mais que contemplação, sua obra oferece um roteiro histórico — cada fase remete a uma transformação cultural. Ao unir simplicidade formal e rigidez estética, Lundstrøm construiu um legado duradouro.